sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Mi Buenos Aires Querido

Buenos Aires é linda, é moderna, é cara, é culta.

Buenos Aires é cheia, é uma cidade grande. A Rodoviária é imensa.

Buenos Aires tem avenidas largas, com umas oito pistas, muitos carros, ônibus e taxis. Tem motoristas estressados.

Buenos Aires tem o Obelisco, tem a Plaza de Mayo e também a Casa Rosada (que está cercada … os turistas só podem ver de longe)

Buenos Aires tem grifes famosas, tem embaixadas , tem porto, tem shopping, tem feira hippie em Santelmo, tem show de tango rua, tem show de tango em teatro, tem o bairro da Recoleta, tem livrarias mil.

Buenos Aires tem comida cara, tem comida boa, tem burguer king para as horas de fome, tem táxi barato, tem trem elétrico que te leva pelas 16 quadras do Puerto Madeiro por 1 peso.

Buenos Aires tem um parque ecológico em que você anda uns cinco quilômetros para chegar no Rio da Prata, mas quando chega, vê um rio imenso, que parece mais parece o mar (nao se pode ver a outra margen … que é o Uruguay)

Buenos Aires tem museus. Tem o nosso ¨Abaporu¨, da Tarsila do Amaral … (assim como um Portinari) …

Buenos Aires estava cheia de turistas, sessenta por cento deles brasileiros. E como 12 de outubro também é feriado para os argentinos, as ruas de buenos aires estavam traquilas.

Em Buenos Aires em todos os lugares se falam muitas línguas e se aceita pagamento em dólar …

Reconheço que apenas conheci a parte boa de Buenos Aires, a cidade para inglês ver. Mas como qualquer turista, me encantei.

A companhía também ajudou: foi muito bom passear por aquelas ruas elegantes com o André, a melhor companhia para viagem , o cara mais lindo que já existiu.

Nao preciso nem dizer que estou duplamente apaixonada.


Olha só a pose ... meu namo lindo no Puerto Madero



Obelisco atrás da minha cabeça


Beijinho em frente a Casa Rosada

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Tirar as teias de aranha... as do blog, é lógico.

Volto um mês depois. Os posts, assim como os objetos de um quarto que permaneceu fechado por dias, estavam iguais. Tudo cheirava a poeira. Nem um comentário a mais (vejam bem, é apenas ilustração, não estou pedindo que comentem). Será que entraram, será que leram o que escrevi nesse um mês de ausência?

Bem, se o blog anda às moscas, minha vida, pelo contrário, está bem agitada (como eu gosto) aqui na Argentina. A causa dessa agitação, ao invés de me ligar a esta terra, entretanto, me remete cada vez ais ao Brasil. Feijão com Arroz. Um programa de rádio. Um programa de rádio com nome de comida. Um programa de rádio feito por brasileiras aqui nesse canto chamado Paraná, uma cidade que fica do lado de um rio, uma região entre Brasil, Uruguai e o resto da Argentina. E que por estar ali, encravado entre os três países, uma terra de ninguém, fica tão longe de tudo - ou me parece tão longe de tudo.

Feijão com Arroz, a cesta básica da música brasileira, surgiu enquanto Emily, Liliane e eu, tentávamos resgatar o sabor do nosso país em um almoço de domingo. Enquanto cozinhávamos, ouvíamos a RADIO CUALQUIERA, uma rádio independente que havíamos conhecido na semana anterior em um centro cultural aqui de Paraná. Não me lembro quem deu a idéia, mas pensamos que poderíamos fazer um programa de rádio sobre música brasileira de verdade. (Não é prepotência minha. Mas nas boates daqui ainda tocam coisas como “Ô miiiiiiiiiilaaaaa, mil e uma noites de amor com você!”. Tá bom, eles também conhecem coisas boas, como a Bossa Nova. Mas quando falamos em Brasil, a maioria canta um pagode ou um axé).

Na verdade, esse programa foi a maior surpresa (até agora) do intercâmbio. Eu tinha pensado em fazer tudo, menos um programa de rádio.

Produzimos o programa em um restaurante de Paraná que tem internet wire less. Por suas ou três tardes da semana ficamos aqui (onde estou agora) procurando informações e fazendo dowloads de músicas. No começo os garçons nos olhavan torto, mas, depois de um mês, nem ligam mais quando chegamos, montamos nosso aparato e estabelecemos o nosso quartel musical na única mesa que fica ao lado de uma tomada, em um dos cantos do local.

Feijão com arroz é, antes de tudo, um desafio. Primeiro pela língua, pois quando começamos a fazê-lo eu ainda não dominava o castellano (ok, eu ainda NÃO domino). O outro desafio estava ligado com a temática de que iríamos tratar. Eu admito que música popular brasileira nunca foi o meu forte, e me sentia um pouco ignorante quando as chicas falavam com tanta naturalidade de Chico Buarque, Caetano Veloso, Samba, Bossa Nova, etc. Só que isso é uma coisa maravilhosa pois, semana a semana, vou aprendendo um pouco mais sobre a história de nossa música... até mesmo temas que eu acreditava que eu dominava me surpreenderam. Como se diz por aí, sempre se pode tirar algo de bom das coisas ... e eu acredito nisso piamente.

Depois de cinco programas eu só posso dizer mesmo que a vida nos reserva algumas surpresas maravilhosas. Estou bem feliz com Feijão com arroz, e com todos os apurões que passamos para escrever o roteiro a tempo, para por o programa no ar a tempo, para terminar a tempo ... tempo, sempre ele ... até parece que voltei dois anos no tempo e estou produzindo o "Na boca do monte"para os laboratórios de radiojornalismo.



Equipe de Feijão com Arroz - Eu, Manolo, Mercedes, Liliane e Emily nos estúdios da Rádio Cualquiera



Ah! Não posso deixar de registrar que esse programa só é possível (mesmo) com a ajuda de Manolo e Mercedes, o casal mais lindo da Argentina! Hehehe ... eles são ótimos produtores!



Então, só posso recomendar que vocês escutem FEIJÃO COM ARRROZ, A CESTA BÁSICA DA MÚSICA BRASILEIRA, todas as terças, das 22h às 23h, pelo www.radiocualquiera.org.ar!

Gente, vou ficando por aqui ...

Beijos para quem leu até o final (às vezes eu acho que sou muito chata quando escrevo ... falta alguma coisa ... isso aqui mais parecem as crônicas de viagem de Darwin ... mas não faz mal. Espero que vocês curtam as fotos!)

Um abração!

Un día cualquiera - foto para a minha irmã linda, a Débs, que reclama que eu não posto nesse blog. A foto foi feita na faculdade, numa sexta-feira linda (e um pouco fria) de sol.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Nada és porque sí, mate y siesta.

Nada és porque sí. Essa frase eu ouvi um dias desses aqui na Argentina. Corresponderia ao nosso velho e bom "nada é por acaso", coisa em que eu acredito profundamente. Desde as coisas mais corriqueiras até às pessoas que conhecemos, em nossas vidas nada e ninguém é por acaso. Escrevo isso pois nas fotos de hoje apresento algumas pessoas que estao fazendo parte do meu cotidiano aqui na Argentina: Emily e Liliane (as brasileiras), Mercedes, Manolo e Ulisses. Nada y nadie és porque si.

Também hoje vou apresentar dois costumes argentinos: a siesta e o mate.

Vamos começar pelo mate. Bom, isso nao é novidade nenhuma para quem vive no Rio Grande do Sul. A diferença é que aqui o mate é servido em uma cuia menor, arredondada, chamada de ... mate! Sim, a cuia aqui nao tem um nome específico. A erva é um pouco mais forte e picada, nao moída em um pó fico como a nossa. Assim como no Rio Grande do Sul, o mate está presente em qualquer lugar que reúna mais de dois argentinos. Aqui as pessoas tomam mate na aula, na praça ou em casa e oferecer um mate em alguém significa um sinal de amizade. Até eu, que nao tomava muito mate, já tenho aceitado um de vez em quando.

A siesta já é um capítulo à parte, e uma das coisas que mais me causou estranhamento e mudou a minha rotina aqui na Argentina. O comércio aqui fecha às 13h e retorna apenas às 16h. Esse período de três horas é considerado a siesta e é quando as pessoas se quedan em suas casas, preparam as suas refeiçoes e dao aquela dormidinha (ok, também damos aquela dormidinha depois do almoço, quando possível, mas nao até às 16 horas da tarde. Eu pelo menos nao!). Isso por um lado é bom, pois aqui as pessoas tem tempo de comer e descansar, ou organizar as suas casas, ou estudar, como queiram. O ruim é que a cidade pára nesse período. Apenas os cafés, os restaurantes e os cibers (onde eu me refugio) ficam abertos ... o resto fecha, as ruas se esvaziam ... Existem algumas disciplinas na universidade que iniciam ou terminam nesse período de tempo, mas o comércio em geral fecha.

Uma explicaçao que me deram é que aqui em Paraná o calor é muito forte no verao (beira os quarenta graus) e além do mais, há muita umidade por a cidade estar à beira do rio, de forma que é quase impossível ficar na rua nesse horário.

Segunda-feira de sol, clima ameno, siesta, roda de amigos, praça. A conversa flui com o vai e vem do mate. Nao lembro do que falávamos, mas com certeza essa vai ser uma das lembranças vai vívidas da Argentina.




Mate na Praça - Liliane, eu, Mercedes, Manolo e Ulises - 27.08.2007




Las chicas de Brasil - Liliane, Emily e Yo - 27-08.2006

Noite da pizza - Emily, Cristina, Alícia, Carla, Liliane - 24.08.07
A Alícia e a Cristina sao as donas da casa onde eu estou morando. Nessa noite elas nos ofereceram uma pizza. A Carla é funcionária da UNER.

Ah, hoje é dia del paro na UNER. Os paros ou huelgas sao a forma encontrada pelos professores e funcionários universitários argentinos para fazer prostesto. É como se fosse uma greve de um ou dois dias ou de um turno (hoje o paro iniciou-se às 13h). Semana passada houve paro, nesta também...

Fico por aqui, entao!


quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Um giro por Paraná

Vista do Rio Paraná - Parque Urquiza - 17.08.2007
Vista do Rio Paraná - Parque Urquiza - 17.08.2007


"Quem precisa de praia quando se tem uma vista como essas?" - Foi o que eu pensei quando eu ví essa vista linda.

Olá gente!

Depois de quase uma semana de criaçao deste blog, postarei alguma coisa da Argentina.

Vou tentar manter uma certa periodicidade nas postagens, conforme as minhas experiências aqui. Mas nao garanto que eu vá conseguir manter o meu objetivo de postar algo a cada dois dias, entao dobrei meu prazo: a cada quatro dias vou colocar algo de novo por aqui.

O post de hoje é uma recapitulaçao dos últimos quinza dias. Algo como `os melhores momentos´

Paraná nao é uma cidade muito grande, é um pouco maior que Santa Maria. Foi um pequeno povoado que cersceu às margens do Rio Paraná, aquele mesmo que nasce no interior do Brasil. Aqui, ele se torna um rio extenso que divide a Província de Entre Ríos da Província de Santa Fé.
A cidade deve ter seus 150 anos de emancipaçao, mas o povoado à beira do rio existe desde meados do século XVII.

Percebe-se uma grande preocupaçao do povo daqui em preservar os prédios e edifícios históricos. Quase todos os Orgaos do Governo argentino e uma boa parte do comércio no centro da cidade estao em predios antigos muito bem conservados.

Há dois lugares lindos para se visitar aqui em Paraná. Um deles é a Peatonal (calçadao da cidade) que se extende por umas sete quadras no centro da cidade. É uma rua larga, onde se concentra o comércio local, alguns bares e alguns dos principais bancos. É uma rua muito charmosa, com árvores e bancos.

Outro lugar lindo é o parque Urquiza, uma área arborizada nas barrancas do Rio Paraná. É muito agradável caminhar no fim do dia nesse lugar ... pincipalmente se você está começando a sentir saudades, a extranar sua gente. A paisagem te faz esquecer por uns momentos essas coisas.

Como estou no ciber, vou para por aqui ... passarei a escrever os textos em casa, para fazer coisas mais elaboradas, senao gasto todos os meus pesos em internet.

Saudade de todo mundo no Brasil, saudade de casa e de Santa Maria.
E do André também (te amo, corazón).

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

¡enchufate y desfrutalo!

Agora Nao tem mais como voltar, estou em terras argentinas!
Olha só a bandeira deles ... ela está em toda a parte por aqui.
Bjus e saudades de todos.

Olá gente linda do Brasil, estou morrendo de saudades!

Esse blog vai ser mais um meio de comunicaçao com vocês que estao aí no Brasil. Vou tentar disponibilizar o maior número possível de informaçoes sobre a Argentina, desde os lugares pelos quais eu for passando até mesmo alguns os costumes, as comidas e as coisas diferentes que eu for vendo por aqui.

Para quem nao está entendo o que significa o endereço e o nome do blog, seguem-se duas explicaçoes rápidas

Enchufar quer dizer ligar na tomada. Entao enchufelo seria a mesma coisa que ligue-o, acesse-o (existe isso em português?).

Já, ¡que sé yo! é uma expressao sempre usada pelos hermanos para dizer algo como "O que eu sei sobre isso" ou "O que dizer sobre isso" ou "Fazer o quê?". Geralmente é usada como um desabafo, seguida de um suspiro ou olhar indgnado. Aqui, faço uma outra aproriaçao do termo, usando com um sentido mais leve, mais de surpresa que de espanto.

Me desculpem os estudiosos da língua espanhola se estou cometendo alguma barbaridade lingüística. Sou uma apenas uma intercambista em um país vizinho.

Para finalizar, estou bem, estou feliz. A cidade é linda, o povo é muito amável. A faculdade á bastante diferente, mas é um mundo a desbravar.

Até o próximo post!